São distúrbios que afetam, de alguma forma, a
circulação sanguínea de um indivíduo, levando-o a um quadro patogênico. São
eles: isquemia, infarto, trombo, êmbolo, hiperemia, aterosclerose, edema,
choque e hemorragia.
- ISQUEMIA: É a deficiência no suprimento sanguíneo por
diminuição da luz das artérias, arteríolas ou capilares a determinado
tecido ou órgão. Pode ocorrer por causas funcionais como hemorragia ou por
causas mecânicas como obstrução vascular. As consequências dependem do
tipo de tecido afetado, da eficiência da circulação colateral, da
velocidade com que se instala e do grau de redução do calibre da artéria
afetada em casos de obstrução.
- INFARTO: É a necrose resultante da interrupção do fluxo sanguíneo arterial ou venoso; pode ser branco, vermelho e séptico.O branco, também chamado anêmico ou isquêmico, se dá por obstrução arterial em órgãos de circulação terminal, apresentando uma área branca. O vermelho (hemorrágico) ocorre em órgãos de dupla circulação onde há oclusão arterial ou oclusão venosa. Nesse tipo, a circulação dupla leva a hemorragia secundária. Enquanto o séptico se dá por vegetações bacterianas nas válvulas cardíacas formando trombos e, consequentemente, êmbolos.
- HIPEREMIA: É o aumento da concentração de sangue num determinado órgão ou parte dele com dilatação vascular.A hiperemia pode ser ativa/arterial ou passiva/venosa/congestão. A hiperemia ativa é ainda subdividida em fisiológica ou patológica e a passiva em local ou sistêmica.
- TROMBO: É a massa sólida formada pela
coagulação sanguínea, enquanto trombose é a solidificação dos
constituintes do sangue. Pode ser arterial ou venoso, mas é mais frequente
nas veias pelo seu calibre menor. Nas alterações de fluxo, a
estase favorece a marginação e agregação celular, enquanto o
turbilhonamento faz uma lesão no endotélio e expõe o colágeno que favorece
a agregação plaquetária. Ambos, então, levam ao acúmulo de células que
forma o trombo. O trombo pode se destacar do local de origem e viajar pela
corrente sanguínea. A partir disso, há a formação de um êmbolo.
Ou o trombo pode se dissolver e se reorganizar por atividade
fibrinolítica, pode se propagar ou recanalizar.
- ÊMBOLO: É uma massa intravascular sólida, líquida ou gasosa que é carregada pelo sangue até um local distante de seu ponto de origem. O êmbolo pode ser classificado em sólido, líquido e gasoso. Exemplificando, uma tromboembolia é um êmbolo sólido oriundo de um trombo. A embolia gordurosa é um exemplo de êmbolo líquido causado pela junção de gotículas de medula óssea e sangue, enquanto um êmbolo gasoso pode ser formado em mergulhadores que voltam a superfície de maneira incorreta.
- EDEMA: Esse distúrbio é caracterizado por
um acúmulo excessivo de líquido no interstício ou em cavidades do
organismo.O edema pode ser inflamatório ou
não inflamatório.Os principais fatores para que ocorra o edema
são:
1 - aumento da pressão hidrostática que
determina uma maior saída de fluido do capilar para o interstício;
2 - diminuição da pressão oncótica:
quando há diminuição dessas proteínas reguladoras da pressão, há aumento da
permeabilidade, causando o edema.
3 - obstrução linfática causará o
aumento da permeabilidade.
4 - retenção de Na e H2O por
consequência de alterações na bomba de Na/K
5 - aumento da permeabilidade vascular
por eventos inflamatórios
- HEMORRAGIA: Ao
extravasamento de sangue por ruptura de vaso para o meio externo ou
cavidades dá-se o nome de hemorragia. A hemorragia pode ocorrer por
traumatismos, aterosclerose, neoplasia etc. Morfologicamente,
há formação de petéquias, púrpura, equimose e hematoma. Como consequências
podem ocorrem hipovolemia, isquemia local e morte.
- ATEROSCLEROSE: É
causada, principalmente, por LDL que se adere na camada íntima do vaso
sanguíneo e forma cristais. A partir daí, os cristais são reconhecidos
como antígenos e os macrófagos tentam fagocitá-los, mas não conseguem
fazer a digestão e morrem, liberando enzimas lisossômicas que recrutam células
inflamatórias, diminuindo a luz dos vasos e aumentando a pressão arterial.
- CHOQUE: É
uma alteração circulatória aguda e rápida que, geralmente, leva ao óbito. Caracteriza-se
pela incapacidade do sistema circulatório de manter a irrigação sanguínea
adequada à microcirculação com consequente perfusão inadequada de órgãos
vitais causando uma hipóxia. Logo, o choque causa hipoperfusão
sistêmica pela redução do débito cardíaco (DC) e do volume de sangue
circulante.
REFERÊNCIAS
KUMAR V, ABBAS AK, FAUSTO N. Robbins
& Cotran: Bases Patológicas das Doenças. 8ª edição. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia. 7ª edição.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
RUBIN E, GORSTEIN F, RUBIN R, SCHWARTING R, STRAYER D. Rubin:
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Koogan, 2006.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: Patologia Geral. 4ª edição.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
MONTENEGRO MR, FRANCO M. Patologia: Processos Gerais. 4ª
edição. São Paulo: Atheneu, 1999.
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